Brasileiro está há muito prometido ao futebol inglês. Benfica sabe desde o início que seria apenas uma ponte.
Desde o verão de 2009, quando se transferiu do Cruzeiro para o Benfica, que o internacional brasileiro Ramires tem guia de marcha para o futebol inglês. Esse era um dos pressupostos do negócio, que, recorde-se, envolveu parcial investimento do clube da Luz e o restante de investidores particulares, representados pelo conhecido empresário Kia Joorabchian, anglo-iraniano de 39 anos.
Na altura, Ramires só veio, aliás, para o Benfica por tão baixo preço (7,5 milhões de euros quando a sua cotação de mercado já parecia ir nos 15 milhões) pela intervenção daquele empresário e de um outro, Giuliano Bertolucci, ambos com excelentes relações com o presidente encarnado, Luís Filipe Vieira. Perder Ramires agora pode ser bom em termos financeiros, mas mau, muito mau, desportivamente. Jorge Jesus que o diga.
O Benfica é, desde o início, a ponte para Ramires chegar ao futebol inglês, para o qual está prometido há um ano. Podia transferir-se já este ano, no máximo em 2011. Ramires precisaria, porém, de ganhar maior número de internacionalizações pelo Brasil (tem agora 16) e mostrar a titularidade quase indiscutível num clube europeu para mais facilmente conquistar o work permit, autorização de trabalho, em Inglaterra, país no qual são muitas, e boas, as relações de Kia Joorabchian.
Não admira, portanto, que o jogador esteja muito perto de se transferir para o Chelsea (clube que leva vantagem sobre outros eventuais interessados, como Manchester City, na negociação com aquele empresário) por um valor bem acima do que custou há um ano. Ramires não é só um jogador interessante do ponto de vista das suas características; é muito jovem (23 anos) e tem à sua frente muitos anos de selecção do Brasil. Vale muito bem os 25 milhões de que se fala.
O Benfica tem sempre uma palavra a dizer no negócio, mas não pode, porém, impedi-lo, de acordo com o estabelecido há um ano, quando garantiu os direitos sobre o jogador com um investimento mínimo (o jogador custou 7,5 milhões de euros, mas a grande parte do investimento, tipo empréstimo bancário, foi assegurado pelos investidores particulares).
Desde o princípio que os encarnados sabem que só naquelas condições contariam, naquele momento, com um jogador da qualidade de Ramires. Mais: sabiam que teriam retorno desportivo (pelo menos por um ano, como tiveram) e financeiro (como vão acabar por ter).
Claro que não cai bem perder Ramires. Nem agora, nem nunca. Muito menos numa altura em que Jorge Jesus organiza a sua equipa a contar com o médio internacional brasileiro.
23 julho 2010
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